quinta-feira, setembro 28, 2006

A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO
Por: Leandro Gameleira do Rêgo
Devido a uma série de bugs que se apresentavam ultimamente quando eu utilizava o computador, resolvi formata o HD e reinstalar todos os programas novamente. Ao instalar o Live Messenger, programa de comunicação por mensagens instantâneas pela Internet, me deparei no site do fabricante deste software com uma noticia que agora, os usuários do Live Messenger agora poderiam se comunica om usuários do Yahoo Messenger, programa similar de outro fabricante, através do próprio Live sem a necessidade de instalar os dois programas no computar. A principio pode não parecer grande coisa, mas isso mi fez pensar: Q motivos levariam a Microsoft e a Yahoo a integrarem seus mensageiros? Talvez numa tentativa de enfrentar a concorrência, unido os dois sistemas integrando os usuários dos mesmos sem a utilização de softwares alternativos (programas de outros fabricantes capazes de conectar-se simultaneamente a vários sistemas de mensagem instantânea ao mesmo tempo). Com a integração dos usuários, vem a ampliação do públi9co alvo daquilo que considero a principal funcionalidade dos “Messenger’s”, a propaganda. Para quem não sabe, e não percebe, a publicidade é a mola mestre da Internet; pode não ter sido a razão de sua criação, mas com certeza é a responsável pela sua ampliação e disseminação em nível global. Qualquer pessoa que utilize a Internet pelo menos uma vez na vida percebe que é praticamente impossível abrir uma página da web sem se deparar com no mínimo um banner (faixa de anúncio ou propaganda) de algum produto ou serviço. Com os Messenger’s não é diferente, praticamente todos eles têm um anuncio em suas janelas principais ou link que levem o usuário a algum tipo de propaganda; alguns mais sutis outros mais diretos. Muitas vezes, os rendimentos provindos desse propaganda são contabilizados por exibições de benners ou clique nos mesmos, Assim, com a integração entre os sistemas, a quantidade de consumidores em potencial e de cliques tende a crescer substancialmente.
Outro fator, que pode e provavelmente contribuiu para esse fato, é a concorrência contra um outro sistema que vem crescendo assustadoramente nos últimos anos, principalmente nos EUA onde a quantidade de pessoas que possuem acesso a internet é maior, o Google Talk, que é o programa de mensagens instantâneas do Google. De fato, o Google vem desenvolvendo e disponibilizando aos usuários da grande rede uma série de produtos e serviços que, podemos dizer que, estão revolucionando o uso da Internet, aplicações baseadas em paginas que são bem leves, simples, mas ao mesmo tempo poderosas; tudo personalizável e adaptável ao perfil do usuário, além de possuir uma diversidade de serviços bem maior que o convencional: Serviços de busca, alertas, comunicação pessoal, e-mail, comunidades, blogs e ect; tem serviços para todo o tipo de usuário. A Microsoft, a Yahoo e os demais concorrentes não ficam para traz, e desenvolvem produtos similares ou novos que também atraia os usuários a utilizarem suas aplicações e serviços.
Com isso, o que percebemos é a criação de uma tendência no desenvolvimento da Internet, em que os produtos e serviços vêm se adequar cada vez mais individualmente ao usuário, e não o usuário tendo que se adequar ao serviço como era visto antigamente.
O PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO BRASILEIRO
Por: Leandro Gammelira
A Privatização é o processo de aquisição ou incorporação de empresa ou companhia pública por empresa privada. A privatização também chama de Desestatização de empresas tanto do Estado brasileiro quanto de outros países da América Latina e de todo o mundo, de acordo com o ideário neoliberal, seria um passo fundamental no processo de afastamento do Estado da economia e do mercado, possibilitando o processo e crescimento e desenvolvimento de toda a economia global, uma vez que as empresas poderiam concorrer livremente entre si, tanto dentro de seu país de origem, como em outros países. Segundo as doutrinas neoliberais, o Estado deve intervir o mínimo possível, não interferindo no equilíbrio do mercado, pois a livre concorrência traria não só a melhoria da qualidade dos produtos e serviços, mas também o barateamento dos mesmos, favorecendo também o consumidor. Entretanto, o processo de privatização brasileiro, planejado segundo as idéias neoliberais no governo Collor e posteriormente implantada pelos governos de Itamar Franco e FHC (Fernando Henrique Cardoso) parece, na verdade, descaracterizar essa doutrina em diversos aspectos, pois, para que se iniciasse o processo de desestatização das empresas brasileiras, o governo teve que preparar as empresas para serem privatizadas.
Destaquemos aqui que aspectos são esses e em que eles implicam.
Em primeiro lugar, em muitos casos, o governo teve que absorver dívidas de diversas empresas para que elas si tornassem operacionais e atrair possíveis compradores. Só esse fato implica que ao transferir essas dívidas para a união, o governo estará intervindo no mercado, uma vez que assume uma dívida que até o momento supunha-se que não poderia ser paga pela empresa, uma vez que a mesma não obtinha lucros para tal, além de afetar diretamente também os credores.
Em segundo lugar, o governo enxugou as folhas de pagamento da empresas, então estatais, antes de privatizá-las, arcando com todas as despesas indenizatórias dos trabalhadores. Fato que endividou ainda mais o Estado, que teve que tomar empréstimos para arcar com as indenizações.
Em terceiro, as empresas estatais, principalmente as de indústria de base receberam grandes subsídios do Governo para serem instaladas, e com a privatização, o compradores não precisariam arcar com a infra-estrutura para seu funcionamento. Assim, o Governo no final das contas acabou por subsidiar o capital privado, exatamente o oposto do que pregam os neoliberais.
Em quarto, o governo aceitou o uso de moedas podres como parte do pagamento pela compra das empresas estatais (Títulos da dívida pública emitidos pelo governo, que por não possuírem liquidez foram se desvalorizando ao longo do tempo) e no final das contas os compradores das empresas ou grupos compradores puderam adquirir esses títulos bem menores que seus valores de face e utiliza-los para pagar ao governo pelas estatais compradas, por seus valores reais de resgate (valor facial + juros). Se por um lado isso reduz a dívida do governo, por outro os compradores lucram imediatamente com isso, pois, no final das contas, o valor que pagaram para adquirir as empresas foi bem menor que o contratado. Assim o governo interfere mais uma vez na economia, subsidiando até os lucros das empresas privadas.
Em quinto lugar, o governo concedeu prazos bem acima dos normalmente estabelecido para que o pagamento pela compra das empresas fosse efetuado, dividindo o pagamento em parcelas de médio e longo prazo e concedendo carências bem generosas. Isso mais uma vez favorece muito a quem vai comprar, afetando a chamada “livre concorrências” a qual o neoliberalismo defende.
Em sexto, o governo concedeu, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), empréstimos a juros muito baixos, irrisórios, aos compradores para que eles pudessem efetuar o compra; injetando mais recursos na economia, descaracterizando a idéias de Estado desvinculado da economia de maneira diretas.
Tais aspectos quando considerados, nos fazem levantar esses questionamentos quanto à idéia de Estado Regulador, distante do mercado e extrínseco a economia do país o qual rege. A despeito da polêmica gerada, as privatizações brasileiras, ou melhor, a desestatização brasileira deixou uma série de indagações em aberto quanto ao modo o qual foi planejada e executada, deixando multas dúvidas e questionamentos quanto a sua legitimidade.


Referências Bibliográficas:

ANDRADE; Fabio Fontes de. Reestruturação Produtiva: dos novos padrões de acumulação capitalista ao novo parâmetro de políticas sociais; disponível em: http://www.urutagua.uem.br/010/10andrade.htm; acessado em 06/09/2006.

BIONDI, Aloysio. O Brasil Privatizado: Um Balanço do Desmonte do Estado. São Paulo, Editora Fundação Perseu Araújo, 2003, coleção Brasil Urgente.

BIONDI, Aloysio. O Brasil Privatizado II: O Assalto das Privatizações continua; São Paulo, Editora Fundação Perseu Araújo, 2003, coleção Brasil Urgente.

ROCHA, Marcelo. Privatização, Desnacionalização e Emprego; disponível em: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2002/08/33395.shtml; acessado em 06/09/2006.

Para Pensar.

"Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra"
SOCIEDADE CONSUMISTA
Por: Leandro Gameleira do Rêgo
Capitalismo é o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. Essas são as principais características do capitalismo. ´
Entretanto, há de se considerar que essa relação de compra e venda de força de trabalho não é tão simples quanto parece, existem muitas peculiaridades que devem ser apontadas tanto do ponto de vista econômico quanto social. O indivíduo que vende sua força de trabalho para o capitalista passa a fazer parte do processo de produção não mais como responsável por ela; perde sua individualidade e sua condição de ser pensante, e passa a ser objeto produtivo, mas não é dono do que produz, uma vez que o capitalista ao comprar a força de trabalho, adquire o direito de propriedade de tudo que é produzido por essa força. Assim o trabalhador passa a fazer parte daquele objeto o qual produz, pois sua força de trabalho, ou melhor, a força de trabalho que ele vendeu e agora não é mais sua, está incorporada na mercadoria e agora passa a ser negociada no mercado.
A relação de compra e venda de mercadorias apresenta também características aparentemente distorcidas, se considerarmos que as mercadorias ou bens negociados no mercado não são meramente objetos, mas sim resultado da força de trabalho alienada pelo capitalista, a um preço determinado pelo tempo socialmente aceito para a produção, incorporada nos bens e revendida direta ou indiretamente aos consumidores. Além disso, a mercadoria figura na sociedade capitalista, não só o objeto de negociação, mas também a núcleo de fundamentação das relações sociais; Daí si diz que a sociedade capitalista é a sociedade consumista, pois as relações de compra e venda são a base da estrutura social. Nesta sociedade é mais bem conceituado aquele que mais tem poder de adquirir um maior número de mercadorias, e tão inerente ao capitalismo é essa concepção que fica difícil distinguir se está se adquirindo uma mercadoria por necessidade fisiológica ou social. Na sociedade consumista, existe um fator que distorce a relação determinante do preço das mercadorias, as “Marcas”.
Para se ter uma idéia, alguns produtos similares que diferem muito o preço, somente por receber uma etiqueta com nome diferente. Tomemos como exemplo duas camisetas, que tem como valor de uso vestir o corpo e que foram produzidas utilizando o mesmo tipo de tecido, sendo do mesmo tamanho, mas de marcas diferente; entrando numa loja de uma marca de roupas muito conhecida, cujo nome lembra um adorno redondo que é prezo geralmente ao peito, podemos perceber que uma camiseta custará um valor muito maior somente pelo fato de ter essa marca específica estampada ou bordada.
De fato, aquele que sair na rua com essa camiseta certamente será mais bem conceituado que qualquer outro que saia com uma camiseta lisa ou com uma estampa menos conhecida. Mesmo não conhecendo o indivíduo, as pessoas tomarão juízo sobre ele com base naquela marca em seu peito. A marca passa a ser sua identidade assim como um parâmetro de referência a ele. Isso não acontece somente com camisetas, mas praticamente com todo e qualquer bem que adquirimos; as marcas passam a dominar a nossa vida, a determinar a nossa identidade, incumbidas em nossa mente, determinando os nossos gostos e nossas atitudes.
DESAFIOS E FRACASSOS DA HUMANIDADE
Por:
José Antonio Campos do Rêgo
Leandro Gameleira do Rêgo

É com a certeza de que os recursos naturais são cada vez mais escassos e menos renováveis, e que o meio ambiente está hoje mais degradado do que esteve ontem, no ano passado, ou no século passado que nos propusemos a organizar este artigo. O homem, o ser dos seres, o único o qual conseguiu desenvolver uma “inteligência racional”, age de forma impiedosa na busca de “crescimento” e “desenvolvimento” econômico sem dar ou querer dar conta do rastro de destruição ambiental que se segue à sua conquista ambiciosa. É através desta reflexão que fica clara a necessidade urgente de ser colocada a questão da sustentabilidade ambiental nas discussões políticas, nas associações de bairro, nas escolas, nos fóruns de discussões e até mesmo na família, ou seja, onde houver uma mente racional que possa compreender a necessidade urgente de ação. Esta clara a necessidade de ações tanto globais como locais no sentido de viabilizar políticas de desenvolvimento que incorporem os princípios de sustentabilidade e de ampla temática do meio ambiente. Essa consciência materializou-se através da aprovação de importantes acordos multilaterais como a “Agenda 21” em 1992. Nos dias atuais percebemos o quanto é difícil colocar esses acordos tão importantes em prática, pois os interesses econômicos e políticos das nações, muitas vezes, dificultam o seu cumprimento, mesmo após muitas tentativas de negociação entre as partes envolvidas nas conferências e seminários, tanto no âmbito nacional como internacional.
Todavia, pudemos presenciar um crescimento significativo no interesse da sociedade sobre as questões de proteção ao meio ambiente. A consciência ambiental ganhou magnitude e hoje interage com todos os setores sociais e os tomadores de decisão dos diversos segmentos e áreas do conhecimento. Mesmo com alguns avanços, persistem as dificuldades de inclusão efetiva da questão ambiental nas agendas e nas políticas de desenvolvimento em todo o mundo. A não efetivação dos compromissos estabelecidos são demonstrações deste contexto.
Em nome do “Desenvolvimento” há uma força que impera e coíbe ações mais consistentes na proteção ao meio-ambiente, e apesar da urgência dos problemas sociais e ambientais, na corrida entre a degradação dos ecossistemas e deste desenvolvimento, prevalece a degradação, enquanto o crescimento econômico que teoricamente nos livraria dos males, segue em seu curso perverso patrocinando a falência do meio ambiente e da sociedade.
Diante da insustentabilidade da desordem atual, em todas as dimensões: política, social, econômica, ambiental, cultural e ética; o debate entre desenvolvimentistas e ambientalistas se dá sem que consigam colocar um freio na desordem destrutiva que ora é reinante. Apesar de inúmeros congressos, seminários, pronunciamentos e discussões sobre a importância da biodiversidade, o que ser percebe são: milhares de espécies de plantas e animais ameaçados de extinção, inclusive a própria espécie humana como é o caso das populações indígenas que sofrem os impactos do avanço impiedoso do progresso da civilização industrial; surgimento de novas epidemias (vaca-louca, gripe do frango), desastres naturais (El Nino, La Nina, os Furacões Wilma, Catarina e Katrina, Tsunamis, etc.), aumento da pobreza com crianças morrendo prematuramente e seres humanos sofrendo os efeitos da poluição dos rios, lagos, do ar e do solo. O Globo e sua biodiversidade clamam por ações práticas em defesa de sua preservação, os exemplos desse clamor sucedem-se em períodos de tempo cada vez mais curtos.
É de fundamental importância repensar a reconstrução das indústrias, produtora de bens e serviços como também consumidora dos recursos naturais e matérias-primas. Para amenizar os efeitos do processo de deterioração social e ecológica de nossa sociedade é necessário redefinir as atividades industriais, abandonando aos poucos setores que produzem com matérias-primas não renováveis, que são intensivos em energia, e com alto grau de entropia. De pouco adiantará o crescimento econômico se este basear-se em atividades que consumam matéria-prima não renovável, que poluam o meio ambiente e que deixem resíduos tóxicos de complicado e lento tratamento. É mais que urgente resgatar a dívida ecológica.
Quando se sai do campo teórico e se busca perceber as ações dos governos na prática da defesa do meio ambiente, e consequentemente da vida, temos a angustia de nos deparar com exemplos como o da Agenda 21 (oriunda da Eco 92 no rio de Janeiro) em que foi elaborado um plano de ação com mais de duas centenas de propostas que induziriam mudanças. A promessa dos dirigentes das nações era implantar parâmetros para atividades econômicas ecologicamente sustentáveis, mediante o desenvolvimento de políticas ambientais. Mas, apesar de muitos desses governos, inclusive os Estados Unidos, terem criado comissões para desenvolver estratégias para a Agenda 21 em seu território, não ficou confirmado que esses exercícios resultaram em reais mudanças das políticas nacionais ambientais.
Uma análise dos resultados obtidos, inclusive em ações baseadas na Agenda 21, mostra que não há avanços em programas e projetos, em que a sociedade seja convocada e mobilizada para enfrentar os desafios mesmo sem o apoio do poder público. Desta forma torna-se necessária essa mobilização social e suas múltiplas organizações, articulando-se no contexto nacional e internacional para reformular as instituições internacionais, inclusive as Nações Unidas, visto que esta é formada em sua maioria por representantes das elites hegemônicas, contrárias às transformações necessárias para salvar o planeta e seus habitantes.
A primeira Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992, suscitou a esperança de que o planeta iria em fim enfrentar seus problemas ecológicos e introduzir-se num processo de desenvolvimento sustentável. Com a segunda Cúpula realizada dez anos depois em Joanesburgo, esse sonho em grande parte esfacelou-se. E as principais razões para isso foram:
  • A década de 1992/2002, Rio/Joanesburgo, presenciou o fracasso quase total da Cúpula da Terra do Rio e de sua Agenda 21, em termos de resultados reais;
  • A intransigência dos Estados Unidos em assinar o Protocolo de Quioto e a Convenção sobre a Diversidade Biológica, ambas resultante da Eco 92, suscitou dúvidas acerca da capacidade do capitalismo em enfrentar a crise ambiental global. Os EUA, como principal potência hegemônica do sistema capitalista, mais uma vez assinalaram a sua rejeição à reforma ambiental, ao anunciarem que seu presidente, Jorge W. Bush, não compareceria à Cúpula de Joanesburgo;
  • A acelerada globalização neoliberal acentuou o antagonismo do sistema em relação às tentativas de promover a justiça econômica e ambiental em todo o mundo;
  • A Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 ocorreu num período de relativa crise econômica e financeira, o mundo capitalista como um todo estava experimentando uma recessão global.

Porém, não sejamos demasiadamente pessimistas, pois, visto que ao longo dos anos surgiram sinais inconfundíveis de mudança no discurso, quem sabe, esse não se configurem em atitudes nas instituições que são tradicionalmente defensoras do livre mercado, Promulgando uma nova visão e caminhos que possibilitem o abrandamento da pobreza e Salvamento mais que necessário do meio ambiente.

CAPITALISMO COM SUSTENTABILIDADE
Chegaremos lá?
Por: Leandro Gamelira do Rêgo
Tema da moda em discursos econômicos, sociais e ambientais, o desenvolvimento sustentável tem gerado muitas controvérsias e causado polêmica, mas será que estamos indo mesmo a algum lugar?
A pergunta acima proposta não é o tema principal deste artigo, nem é proposta dele respondê-la, ela está aqui apresentada como reflexão e não como alvitre deste estudo. Não nos cabe questionar a veridicidade ou credibilidade dos trabalhos e estudos já publicados sobre o assunto, mas consideramos de categórica importância avaliar sempre os resultados das discussões visando sua reutilização na melhoria de nosso trabalho.
As discussões acercar do desenvolvimento do sistema capitalista mediante a conservação da natureza e o bem-estar da população, seja em caráter local ou global, tem sido objeto de estudo de economias, sociólogos e ambientalistas já há algumas décadas, e pelo que se pode até aqui perceber, esse estudo ainda está muito longe de acabar. Para entender exatamente de que tratam tais discussões, tornam-se necessários alguns esclarecimentos:Para começar, o porto de partida de uma análise como esta, tem que ser a definição dos objetos a serem estudados, no caso o Capitalismo e o Desenvolvimento Sustentável. Entretanto, a conceituação desses termos por se só já seria matéria de estudo árduo e moroso demais para a elaboração deste artigo. Assim, teremos que nos valer de conceitos simplificados com um alto grau de abstração em suas definições.
Os discursos ambientalistas originados das noções de desenvolvimento sustentável apresentam pelo menos duas vertentes de interpretação: A primeira trata a sustentabilidade com ênfase na questão ambiental e está mais presente nos países de capitalismo avançado. Esta vertente tende a defender uma nova relação do ser humano com a natureza, seja em sua dimensão técnica, seja existencial. A segunda vertente não consegue visualizar a questão ambiental sem ressaltar a dimensão da eqüidade social. Esta vertente está mais presente nos países periféricos, e nas camadas mais pobres da sociedade capitalista. No nosso caso, Brasil, a segunda vertente é a que melhor irá se adequar a presente análise, então essa será a definição de Desenvolvimento Sustentável que utilizaremos.
Outra definição que se faz necessária, e a do que seja Capitalismo, e segundo O AURÉLIO Capitalismo é: “Sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando trabalho assalariado e no funcionamento do sistema de preços”. O que não está explícito neste conceito e que deve ser ressaltado é a forma a qual se dá essa organização de modo à obtenção dos lucros, e como se dá essa relação de assalariamento. A característica do capitalismo que nos é relevante para a atual análise, é apontada por Karl Marx em que a fonte de acumulação capitalista está baseada na extração da mais-valia (apropriação da produção excedente gerada pelo processo de modernização da produção), excedente esse que pode ser gerado em detrimento da utilização indiscriminado dos recursos humanos e naturais. Cabe aqui expor os problemas que estas práticas produtivas impõem à natureza e ao ecossistema e ressaltar o caráter concentrador de riquezas e de benefícios sociais a ela associado. Para se ter uma idéia do grau de contradição gerada no próprio meio de produção capitalista, essa busca pela produção e apropriação de excedente na produção gera a conseqüente procura por novas tecnologias que cada vez mais viabilizem o aumento da produção, e ao mesmo tempo, a busca por práticas alternativas a essas tecnologias que possam baratear o custo da produção. Considerando que o modo de produção Capitalista, por si só já apresente contradições quanto a sua própria forma de acumulação, o que dizer de sua base de sustentação, que são a mão de obra assalariada e os recursos de matérias primas extraídos da natureza? O fato é que o capitalismo enquanto tenta absorver cada vez mais desses recursos, provoca seu desgaste e tende a dizimar suas bases de sustentação. Assim, tal característica, inerente ao capitalismo, contraria os princípios do conceito de sustentabilidade adotado, quando compromete o bem-estar da população, uma vez que o processo de acumulação é concentrador de riqueza e que a concentração gera pobreza e até miséria. De fato, pelo que prega nosso conceito de desenvolvimento sustentável, esse se dá pelo crescimento da economia com a preservação do meio ambiente e bem-estar social. Entretanto, o crescimento do Capitalismo se dá com o aumento do excedente e da acumulação, que tendem a gerar escassez de recursos e concentração de riqueza, que descaracterizam o desenvolvimento sustentável.
Assim, a busca pelo equilíbrio entre crescimento, bem-estar social e natureza perdura nos discursos científicos, sem sabermos se estamos ou não cada vez mais perto ou cada vez mais longe de alcançar o chamado Desenvolvimento Sustentável. Com tantas contradições, a resposta àquela pergunta perece ainda distante, e nos leva a crer que o Desenvolvimento Sustentável é inviável ao Capitalismo, e que o capitalismo é inviável ao Desenvolvimento Sustentável.