sexta-feira, abril 10, 2009

Paradoxo Económico: Poupança vs Fundos.

Por: Leandro Gameleira do Rego

A imprensa passou as últimas semanas num estado de furor desde que o presidente Lula disse em Nova York, no mês passado, que o governo brasileira precisaria mexer nas regras de rendimento da poupança. o governo nega a existência de qualquer projeto que vise esse fim, entretanto com a taxa básica de juros baixa, as demais aplicações financeiras no geral ficam menos atractivas.
Mas afinal, por que isso acontece, e como isso afeta minha vida?
Bem! a aplicação na caderneta de poupança tem rentabilidade garantida pela constituição de 6% ao ano + a TR (taxa referencial). o poupador não paga tributos sobre a movimentação do dinheiro, nem taxa administrativa, cobradas em outras aplicações pelas instituições financeiras. Quando os juros de outras aplicações caem muito, a perspectiva de menor risco, mesmo a rentabilidade um pouco menor que nos fundos e outras aplicações, deixa a poupança mais atrativa para investidores.Outra coisa que a legislação garante, é que 65% de todo o dinheiro aplicado nas cadernetas de poupança do país, deve ser utilizados para financiamento da casa própria, enquanto que as aplicações nos fundos são destinadas a empréstimos e financiamentos de outros bens. Consequentemente, quando o dinheiro passa a fluir dos fundos para a poupança, o crédito diminui, a economia desaquece, que é exatamente o que o governo tenta evitar a todo custo.
O que si especula: Como a rentabilidade da poupança de 6% ao ano é garantia constitucional, e mexer na constituição alem de dar muito trabalho, ser um processo demorado, polémico e péssimo para a popularidade do governo; uma provável "solução" seria desvincular a poupança da TR e veiculá-la de algum modo a SELIC. De qualquer forma, reduzir a rentabilidade do porquinho vai ser péssimo para o bolso do poupador e também para a imagem do governo.
Uma outra opção, também especulada pela imprensa, é a redução dos tributos sobre os fundos de investimento. Mas reduzir a carga tributária, ou seja, mexer no bolso do governo, também pode ser bastante prejudicial uma vez que o governo já fez outras isenções como o IPI sobre os veículos e o Imposto de Renda.
Seja qual for a ação do governo, terá tantas consequencias negativas quantas forem as positivas. até o momento. O governo não sinalizou nenhuma atitude a ser tomada, mas não fazer nada pode ser a pior delas.

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